quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Eureka!

Sentado embaixo da árvore, na sombra acolhedora das folhas e galhos, tinha uma caneta na mão, um caderno no colo e nenhuma ideia na cabeça. Nem aquele lugar brilhante, fonte de inspiração de gênios como Newton e suas maçãs adiantara. O branco do papel era tão forte, mas tão forte, que seus olhos ardiam. E seu coração apertava. "Poxa vida, eu sempre fui o cara das ideias", pensava o jovem rapaz de cabelos amarelos e olhos de jabuticaba. Girava a caneta como um rockstar e suas baquetas. Mordia a tampa como uma criança e sua prova de matemática. Não se reconhecia. Nem se aceitava. Também pudera, estava lá há mais de duas horas e as coisas insistiam em manter-se iguais: um grande e sufocante nada. Tentou assobiar sua música preferida do Beethoven. Tentou, inclusive, reproduzir as melhores frases do Marlon Brando. Não adiantou foi nada. Estava pra desistir. Jogar a toalha. Quando veio o estalo. "Toalhas auto-secáveis! É claro, porra"! Aquele era seu primeiro palavrão em meses. Num pulo só, levantou-se. Dava pra perceber uma lágrima de felicidade escorrer do seu globo ocular esquerdo. Depois de umas cambalhotas e uns beijos distrubuídos aleatoriamente, voltou ao seu lugar. Caderno no colo, caneta na mão. "Agora só falta fazer funcionar", disse pra si mesmo. É. De volta pra prancheta, camarada.

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